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Conceito de Tiro de Guerra no Brasil


 

TG

CONCEITO DE TIRO DE GUERRA NO BRASIL

"Escola de Civismo e Cidadania"


 

 

     Os Tiros de Guerra (TG) são uma experiência bem sucedida entre o Exército Brasileiro e a Sociedade Brasileira, representados pelo poder público municipal e os milhares de cidadãos brasileiros que ingressam nas fileiras do Exército anualmente. Essa parceria perene e edificante, juridicamente celebrada por intermédio de convênios, está enraizada na história e formação do povo brasileiro por mais de 110 anos e tem profundas ramificações na sociedade em que é inserida.

     Estes jovens ao serem matriculados, com base na Lei do Serviço Militar (LSM), recebem a denominação de “ATIRADORES”, designação emblemática e histórica, oriunda das primeiras sociedades de Tiro ao Alvo do Brasil, com finalidades militares e de formação da reserva para o Exército, e que foram embrionárias dos atuais TG.

     Os Tiros de Guerra permitem de uma forma criativa, inteligente e econômica proporcionar a milhares de jovens brasileiros, principalmente os que residem em cidades do interior do país, a oportunidade de atenderem a Lei e prestarem o Serviço Militar Inicial. Mais que o caráter obrigatório da Lei, essa modalidade de Serviço Militar, configura um direito do cidadão em poder dar sua contribuição, para à defesa da Pátria, conciliando sua vida cotidiana, com rotinas como trabalho, estudo e convívio familiar.

     Essa parceria mais que vantajosa para os três entes, (Exército, Poder Executivo Municipal e Cidadão) tem se mostrado ao longo das décadas como instrumento de educação e civilidade nos mais distantes rincões do território nacional, sendo que os TG passaram a ser conhecidos pela Sociedade Brasileira como verdadeiras “ESCOLAS DE CIVISMO E CIDADANIA”.

Do ponto de vista do poder público, permite aos municípios que possuem Tiro de Guerra, oferecer aos seus cidadãos uma oportunidade de conhecer a Força Terrestre através da matrícula nesse Órgão de Formação da Reserva (OFR), e complementar a formação moral, cívica e militar, incrementando a educação para esta faixa etária de seus munícipes. Também permite que o jovem cidadão não se desloque para outros municípios, haja vista que os municípios que não possuem Tiro de Guerra poderão ser classificados como municípios tributários de contingentes para as Organizações Militares da Ativa (OMA), conforme preconizado na Lei de Serviço Militar (LSM) e seu Regulamento (RLSM).

   É comum nos quadros do Exército Brasileiro, a continuidade na carreira militar, por antigos “Atiradores” de TG, que após o cumprimento do serviço militar inicial, demonstraram pendor para a carreira das armas, ingressando por concurso público nas diferentes escolas de formação de Oficiais e Sargentos, como conseqüência da vocação despertada por ocasião de ter servido o TG.

     Nos TG, além do programa padrão básico de instruções militares (PPB), o contato direto com instrutores dos melhores quadros do Exército Brasileiro, poderá oferecer mais subsídios para a formação moral dos matriculados, com instruções e bons exemplos de trabalho comunitário, campanhas cívico-sociais, defesa civil, o desenvolvimento de atributos da área afetiva, a prática diária de virtudes militares, conciliado com as instruções de atitudes contrárias e de combate aos vícios, podendo configurar em poderoso instrumento de formação e desenvolvimento do caráter do jovem cidadão.

     Outra grande vantagem dos municípios que possuem sede de Tiro de Guerra é poderem contar com um eventual apoio, mediante autorização do Exército, nos casos de calamidades públicas, catástrofes (podendo ser ou não por causas naturais) e outras perturbações que justifiquem o emprego de tropas federais na região, conforme Lei Complementar 97(Emprego das Forças Armadas), além de atividades de colaboração com a Defesa Civil.

     Um dos objetivos dos Tiros de Guerra é a formação de cidadãos cônscios sob os seus direitos e deveres na sociedade onde estão inseridos, transformando-se como verdadeiros elementos modificadores das duras condições das regiões em que residem, consistindo-se como centro de formação das futuras lideranças comunitárias e municipais querem no campo da política, da educação, da governança, da iniciativa privada, ou seja, cidadãos que terão franca e intensa participação no desenvolvimento regional e nos benefícios sociais que se desdobram com essa possibilidade.

 

Do ponto de vista do cidadão são incontáveis as manifestações de carinho, respeito e devotamento ao Exército Brasileiro. Instituição Nacional que soube ao longo desse mais de século de bons e relevantes serviços prestados às comunidades, angariar o respeito e confiança dos jovens atiradores que são matriculados todos os anos, traduzindo essa relação como interlocutora entre o “povo em armas” e as famílias a que pertencem. Essa relação é refletida constantemente nas pesquisas de opinião pública que revelam o Exército Brasileiro como uma das instituições nacionais em que sua população mais confia com elevados índices de credibilidade.

 

         O cidadão que prestou o serviço militar em Tiro de Guerra como resultado de sua dedicação ao serviço poderá ser agraciado com o diploma “Ao Mérito”, previsto na LSM por haver revelado, durante sua vida militar, modelar comportamento na instrução e no serviço, tornando-se um elemento muito desejável pelo o mercado de trabalho, haja vista, o interesse das empresas por elementos responsáveis, com credibilidade moral que os credencia aos mais variados cargos nas organizações.

         Virtudes adquiridas do tempo de “Atirador” de TG, dificilmente deixarão de acompanhar o cidadão em sua vida profissional e familiar, destacando-se os valares de fraternidade, sã camaradagem, a prática de esportes, valorização do treinamento físico, e a manutenção da higidez e saúde para o seu cotidiano, são legados importantes dessa fase da vida.

 

         Finalmente do ponto de vista da Força Terrestre, a formação da reserva de 2ª Classe, representada pelos atiradores que concluem com aproveitamento o Tiro de Guerra, torna-se um valioso instrumento de constituição da reserva, nos casos de decretação da mobilização nacional, e numa análise mais ampla, poderão representar um fator adicional no PODER DISSUASÓRIO,que a reserva do Exército exerce nas diferentes Hipóteses de Emprego (HE) das Forças Armadas Brasileiras.

 

               Essa modalidade de formação da reserva, também do ponto de vista econômico, apresenta uma relação custo-benefício muito vantajosa, pois além da economia ao erário público com a formação de parte de sua reserva, permite não impactar a vida do jovem cidadão, haja vista, que considerável parte de sua rotina e mantida inalterada, conciliando-se o trabalho, estudo, família e vida financeira.

 

Anualmente, milhares de “Atiradores”, são formados como Combatentes Territoriais (NQR2C – Não Qualificados-Reservistas de 2ª Categoria), e doutrinariamente poderão ser empregada na constituição das Guardas Territoriais, na atuação em limitadas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), utilização na Defesa Civil e constituindo-se como elementos repositórios de recursos humanos para as Organizações Militares da Ativa (OMA) nos casos de constituição de pelotões de defesa de aquartelamentos, pelotões de segurança, guarda de pontos sensíveis estáticos e demais operações estratégicas no contexto da Guarda Territorial e de suas atribuições.

 

         Anualmente o Exército, por intermédio do Comando de Operações Terrestres (COTER) vem realizando exercícios de treinamento e mobilização de sua reserva. Entre essas várias operações, destacam-se as operações de defesa interna e adestramento da Força Territorial, onde reservistas de Tiro de Guerra (Soldados e Cabos NQR2C) são convocados especificamente para exercícios com tempo determinado, inseridos em contextos de defesa territorial, permitindo a validação desse tipo de doutrina, além de adestramento da reserva.

 

         Os números dos Tiros de Guerra brasileiros são grandiosos, representando-se nos mais de 223 tiros de guerra em atividadeem todo o território nacional, estando presentes em guarnições isoladas ou distantes de grandes centros, estando inseridos em onze (11) Regiões Militares em todos os Comandos Militares de Área (C Mil A) do Exército Brasileiro.

       Anualmente ingressam na reserva do Exercito Brasileiro, aproximadamente 12.000 (doze mil) atiradores, que se somando as turmas anteriores no período de disponibilidade (dos últimos 5 anos) oferecem quase 60.000 (sessenta mil) homens(reservistas) treinados com habilidades típicas de combatentes básicos da Força Territorial, instruídos em técnicas e táticas militares, e em condições de atenderem a eventuais convocações nos casos de decretação da Mobilização Nacional. Esse poderoso instrumento dePROJEÇÃO DO PODER NACIONAL é conseqüência dessa engenhosa TRÍADE de parceiros – SOCIDADE – EXÉRCITO – CIDADÃO.

         A Constituição Federal (CF) de 1988 reafirmou os desejos da sociedade brasileira, já manifestado nas Cartas Magno anteriores, pelo Serviço Militar Obrigatório, de caráter Nacional, Universal e Democrático, expressando as melhores tradições e valores Republicanos.

         Documentos recentes do Ministério da Defesa como a Estratégia Nacional de Defesa (END) de 2012, mantêm o entendimento que o Serviço Militar deverá ser mantido e estimulado como forma legitima de identificação da Sociedade com as Forças Armadas e a Nação Brasileira.

 

“Tiro de Guerra – Escola de Civismo e Brasilidade, aqui se aprende a amar e a defender a Pátria!”

“Se todos usufruem das benesses da Pátria, por que não todos participarem de sua Defesa”

Olavo Bilac (Patrono do Serviço Militar)

 

Colaboração:

1º Tenente Antonio César Garcia